HISTÓRIA DO CANIL


Capítulo I


FOTO TIRADA PELA REVISTA CÃES-E-CIA


A Chihuahua Nicoly (2 anos e 8 meses e 2,000 kg) é a mascote privilegiada de uma simpática gangue de 15 cães da raça que pertencem à criadora iniciante Monique Pereira Ventura, dona do canil Aventura do Chihuahua, aberto em janeiro deste ano, em São Paulo. A jovem Monique, de apenas 20 anos, teve seu primeiro Chihuahua aos 14 anos, quando encontrou um exemplar na rua, o Peteleco. Foi ele quem despertou na garota a paixão pela raça.
            
 “Quando achei o Peteleco, ele já era adulto. Comigo e com meus familiares, sempre foi muito dócil e apegado. Mas ficava estressado ao sair com a gente na rua. Tinha medo de pessoas desconhecidas. Minha conclusão é que ele deve ter sido maltratado quando filhote. Não consigo ver outra possibilidade para justificar o temperamento medroso dele, tão diferente dos demais Chihuahuas que conheci. Ele está conosco até hoje. Deve ter uns 13 anos. Na época, me encantei demais por ele e fiquei sonhando em ter uma fêmea que eu pudesse levar pra todo canto. Meus pais não tinham condição de me dar um cachorro. Assim que comecei a trabalhar, guardei o dinheiro do primeiro salário e comprei a Nicoly. Desde os 3 meses de idade, ela me acompanha a muitos lugares. Vamos a shoppings, festas, casa de parentes, viagens. Ela vai numa bolsinha para cachorrinho. E se comporta superbem. Vai quietinha. Fica horas no meu colo, chega a dormir. Não incomoda em nada. E quase não late. Em geral, só abre a boca se achar que eu estou sendo ameaçada. Caso de quando algum desconhecido se movimenta bruscamente perto de mim. A maior parte do tempo, porém, nem ouço a voz dela. Por isso, às vezes consigo entrar em lugares que não aceitam cachorro. Nem sempre percebem que há um deles na minha bolsa. Já peguei até ônibus com ela; dessa vez, enrolei-a num cobertorzinho, como se fosse um bebê. Nem dava para ver a cara dela. O mais engraçado é que me ofereceram o assento para eu sentar. Acharam mesmo que eu estava com um neném de colo. Em compensação, também já fui convidada a me retirar da praça de alimentação de um shopping.
A Nicoly é sociável com todo mundo. Abana o rabo para as pessoas, deixa que a peguem. Se notarem a presença dela, certamente sou parada para conversar. Há gente que atravessa a rua para vê-la de perto. Já fiz vários amigos assim. Conheci outros donos de Chihuahua. De vez em quando, marcamos encontros na casa de um deles. E naturalmente todo mundo leva os cães. Tomo muito cuidado quando coloco a Nicoly no chão. Uso guia curta, para mantê-la perto de mim. Já pisaram nela mais de uma vez. Mas nunca aconteceu nada sério. Em certos lugares, nem a tiro do colo. Quando a solto mesmo, sem guia, fico atrás dela o tempo todo. É como se fosse uma criancinha. O único aspecto, contudo, que realmente me estressa um pouco quando saio com a Nicoly é o fato de ela, exceto em viagens, se recusar a comer ou beber fora de casa. Ela nunca teve hipoglicemia, mas já passei por isso com uma outra fêmea do canil. É preciso certo cuidado nesse sentido. Um Chihuahua não deve ficar muito tempo sem se alimentar. Então, evito passar mais de quatro horas na rua.
            Em casa, ela é a única que dorme na cama comigo e com meu marido. Os outros cães ficam na sala. Também é a única que tem roupas e acessórios variados. Bolsas de transporte são cinco. Coleiras, umas dez. E sempre pinto as unhas dela com esmalte vermelho ou rosa. Ela usa perfume e toma banho toda semana. Nunca teve alergia. Só solta bastante pelo na época da muda. Não me incomodo de ficar com pelos na roupa. Na verdade, o que me incomoda é sair sem ela. Dependendo do lugar, não dá para levar o cachorro. E a Nicoly percebe tudo. Fica muito triste quando não vai, faz um olhar de desanimo. Às vezes, até chora. Por outro lado, se percebe que irá comigo, fica toda alegre, andando de um lado para o outro até que eu acabe de me arrumar.”

Fonte: Revista Cães & Cia/Novembro 2010





Capítulo II



Canil Aventura do Chihuahua
Chihuahua de pelo longo e pelo curto com qualidade europeia

Monique Pereira é uma apaixonada por Chihuahuas. O primeiro contato dela com a raça aconteceu em 2006. “Naquele ano, ganhei um exemplar que havia sido encontrado na rua”, conta. A criadora deu ao novo membro da família o nome de Peteleco, na época com idade estimada em 13 anos. “Encantei-me por ele e fiquei sonhando em ter uma fêmea que eu pudesse levar para todo canto”. O interesse por aqueles pequenos cães foi tamanho que Monique passou a estudar a raça. Depois de quatro anos, em setembro de 2010, decidiu fundar em São Paulo o canil Aventura do Chihuahua, especializado tanto em exemplares de curto quanto nos de pelo longo.
No mesmo ano de inauguração do Aventura do Chihuahua, a criadora adquiriu seis exemplares de pelo curto do canil Martinelli. “Os cães comprados ali foram muito importantes para o começo da nossa criação”, relata. No início de 2011, a criadora resolveu: era hora de investir na importação de exemplares de linhagens europeias para melhorar a qualidade dos cães do canil. O primeiro Chihuahua importado por ela da Europa foi o macho Torre Del Pilar Mister Boy, do canil espanhol Torre Del Pilar. Logo em seguida, vieram Dragon Ball, Miss Boni e Dubai, todos do mesmo criador.
Na metade de 2011, Monique estreava nas exposições caninas com uma fêmea chamada Aventura do Chi´s BR Victoria Bryce. Participando dos eventos por apenas três meses, Victoria Bryce conquistou duas posições importantes: melhor fêmea promissora de Chihuahua pelo longo no ranking Dog Show e melhor fêmea jovem pelo longo no ranking da Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC). Também por este último ranking, o Aventura do Chihuahua fechou o ano de 2011 como o 4° melhor canil de Chihuahua pelo longo.
Em 2012, Monique segue investindo na importação de cães para variar as linhas de sangue, evitando os males da consanguinidade, e para aprimorar cada vez mais a estrutura e o temperamento dos exemplares que cria. Entre os Chihuahuas recém-adquiridos do exterior pelo Aventura do Chihuahua estão duas fêmeas de pelo longo: Flor de Canela de Aqlla e Dalila de Aqlla, que chegou ao País em janeiro, do canil Aqlla, do Peru. “Dalila já é jovem campeã peruana”, afirma. Em fevereiro, veio da Itália a fêmea Querida Mia Di Rio Galeria. “O canil Di Rio Galeria é considerado por muitos o melhor canil do mundo de Chihuahua pelo longo”, informa Monique. Por último, em abril, foram importados mais seis cães, dos quais cinco do México, do canil Hernanos García Gil, e um da Espanha. Este último é o macho Torre Del Pilar Pulgarcito. “Ele é jovem campeão espanhol, jovem vencedor de 2011 pelo Clube Português de Canicultura e vencedor de 2011 entre os machos da classe jovem na Exposição Especial do Centenário da Real Sociedade Canina da Espanha”, conta Monique. Já entre os cinco mexicanos, a criadora destaca o macho Hnos García Dali. “Será o nosso novo padreador de pelo curto”, anuncia.
Tantas importações e a dedicação para criar com qualidade, ressalta Monique, não têm como objetivo apenas o sucesso nas exposições. “Minha principal meta é oferecer cães bonitos e saudáveis para famílias que desejam ter um Chihuahua como pet”, garante a criadora. “Quando uma pessoa compra um filhote do meu canil, desejo que ela se torne tão apaixonada pela raça como eu.”


Fonte: Revista Cães e Cia/ Maio 2012